Especialistas das áreas da saúde, imóveis, finanças, mobilidade urbana, logística, tecnologia, dentre outros, compartilham suas apostas.
Este é um momento de entender o que o futuro nos reserva e como podemos utilizar as novidades a nosso favor. E, com o impulsionamento das ferramentas tecnológicas aliadas à inovação e à necessidade de reformular estratégias para se manter em evidência, diversos setores da economia iniciam o ano com novidades e possíveis tendências para atender as mais variadas demandas de seu público consumidor.
Esse ímpeto de renovar as estratégias de negócios, apesar de não ser algo novo, em 2022 está particularmente ligado ao momento econômico que o mundo está vivenciando, em especial por conta da pandemia de Covid-19.
De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, o ano de 2021 deve representar um crescimento de 5,9%, enquanto o seu sucessor tem uma previsão de 4,9%. Dentre os motivos, destacam-se as incertezas por conta das novas variantes do coronavírus e rupturas de abastecimento em países em desenvolvimento.
Contudo, na outra ponta, existirá uma compensação por parte de mercados emergentes. Diante desse cenário, as startups e empresas do ecossistema de inovação têm ganhado cada vez mais os holofotes, ao unirem propostas criativas com base tecnológica, que têm como intuito serem escaláveis e repetíveis no mercado.
Pensando nisso, especialistas de diversas áreas do setor econômico se reuniram para contar sobre as principais tendências previstas para o ano de 2022, para auxiliar na retomada econômica.
1. Saúde
A saúde, um dos ramos mais tradicionais da economia, tem registrado um grande avanço no que tange o uso de tecnologias para promover e melhorar o cuidado com os pacientes em diversas esferas do atendimento. Por meio de recursos com a Inteligência Artificial, a Medicina de Precisão tem como intuito garantir um cuidado mais próximo e pensado para a realidade de cada paciente.
Ferramentas voltadas para entender questões como perfil epidemiológico e genético, por exemplo, permitem o desenvolvimento de soluções preditivas e um cuidado mais assertivo analisando os riscos e proporcionando um tratamento na medida certa para cada indivíduo.
O uso de aplicativos e devices para a promoção da saúde, continua em alta, seja por meio de apps ou os conhecidos wearables, integrar diversos recursos para o cuidado e manutenção da saúde têm ganhado mais adeptos.
“Dispositivos que se integram a sistemas como smartphones, smartwatches e, até mesmo, roupas e colchões, são grandes aliados do home care, monitoramento de saúde e usado em algumas instituições de saúde”, comenta Cristian Rocha, CEO e cofundador da Healthtech Laura.
2. Setor automobilístico
Para André Brunetta, CEO do Zul+, principal autotech da América Latina, o setor automobilístico será ainda mais digital. Tudo o que for relacionado ao veículo, desde o abastecimento até revisão e Tag de pedágio, poderá ser solucionado em poucos segundos pelo celular.
“O ano trará mais novidades de mercado para este segmento. Tudo indica que não tenhamos que nos locomover para resolver assuntos relacionados ao carro. E dentro deste contexto, o Zul+ buscará reforçar ainda mais sua imagem de ser o app para quem dirige, aprimorando suas funcionalidades”, afirma Brunetta.
3. Finanças
O ano de 2021 representou uma virada de chave para as fintechs em todo país. Serviços bancários que até então eram de difícil acesso para boa parte da população e extremamente burocráticos passaram a ter versões simplificadas dentro dos serviços oferecidos por este mercado. E 2022 promete ser ainda mais construtivo e cheio de oportunidades.
Para Alex Peguim, COO da Speedy.io, fintech de serviços financeiros focada em micro, pequenos e médios empreendedores, a tendência é de que haja um aumento expressivo em transações via Pix e os caixas eletrônicos passam a ter uma queda vertiginosa.
“Acredito também que haja um aumento na procura por bancos internacionais devido a desvalorização do Real. Será uma boa alternativa para segurar a perda de nossa moeda local. Não poderia deixar de citar ainda a disseminação do Buy Now Pay Later (BNPL). A digitalização do crediário finalmente tomou forma no mercado nacional e estreou em um segmento pouco explorado por instituições financeiras”, conclui o COO.
4. Varejo
Para Raphael Carvalho, CEO da Spot Metrics, startup de tecnologia, inteligência de dados, CRM e produtos digitais para o varejo físico, o uso de Inteligência Artificial ainda será muito explorado e seguirá como tendência em 2022. Ele explica que os lojistas estão descobrindo o potencial de dados que possuem em mãos e como a integração do CRM da loja à uma plataforma de análise de dados pode ajudar a consolidar o relacionamento com os clientes.
“A cada dia se descobrem novas aplicabilidades da IA e não é diferente no universo dos shopping e lojas físicas. Coletando e analisando os dados, os lojistas conseguem conhecer melhor os perfis de compras dos clientes, prever aumentos de demandas, ofertar produtos com base nas personas dos consumidores e até mesmo calcular o índice de aderência do cliente à loja e ao segmento. Há quem acredite que o futuro do comércio será eletrônico, mas nada substitui a experiência de compra presencial e, com a pandemia, o setor precisou sair da zona de conforto e buscar maneiras de se reinventarem”, explica o CEO.
5. Logística
A possibilidade de conectar objetos ajudou muito no avanço da análise e coleta de dados, em todas as esferas, mas principalmente na cadeia de suprimentos, possibilitando uma melhor visualização dos processos das empresas e, consequentemente, a tomada de decisões. Por isso, Evilásio Garcia, CEO da AgileProcess, startup de tecnologia inteligente para otimização logística do Grupo Intelipost, acredita no potencial de crescimento desta solução no ano que vem.
“Soluções de roteirização e acompanhamento em tempo real, ajudam no sequenciamentos das entregas do dia, atualização do cliente sobre o status e a traçar a melhor rota visando redução de custos, tempo e trajeto. Com a necessidade de realizar entregas cada vez mais rápido e com menos custo, acredito que aplicações como essa continuarão crescendo. Além disso, com as informações que uma plataforma de gerenciamento possibilita, os gestores conseguem visualizar melhor a operação e tomar decisões mais assertivas”, explica Evilásio.
6. Tecnologia e digitalização
Impulsionado pela pandemia, o processo de digitalização das empresas deve continuar e ser ainda maior em 2022. Este ano, tivemos como combustível investimentos em Cloud Computing, modernização de sistemas, inteligência de dados e cibersegurança. Para 2022, a expectativa de Diogo Barroso, CTO da Claranet, multinacional de tecnologia, é que algumas soluções já existentes hoje, como cibersegurança e IA (Inteligência Artificial), continuem no topo das atenções dos líderes das companhias.
“A maior tendência será a segurança de dados, pois estamos na era pós digital onde tudo está acessível pela internet, mesmo quando os dados e aplicações são de acesso restrito aos colaboradores de uma empresa, por exemplo. Outra tendência será a hiper automatização, responsável por reduzir erros humanos e custos às empresas. É comum, no âmbito da tecnologia, ouvir falar sobre DevOps e SecDevOps, mas a maioria não imagina que essa cultura pode automatizar quase tudo dentro de uma organização”, explica.
Barroso cita ainda Data Driven, quando a empresa baseia a tomada de decisão e o planejamento estratégico na coleta e na análise de informações, e em paralelo IA (Inteligência Artificial) e ML (Machine Learning), que também contribuirão para a automação e a Cibersegurança.
7. Conversational Commerce
O termo conversational commerce define qualquer tipo de conversa em tempo real entre marcas e clientes em aplicativos de mensagens, seja através de chatbots, inteligência artificial ou pessoas, cujo objetivo é vender ou comprar. Ele reúne diversas tecnologias, como chatbots, inteligência artificial e machine learning.
A Mundiale é especialista em vendas conversacionais e já ajudou diversas marcas a construir o futuro das vendas digitais, aproximando-as de seus clientes através de conversas que vendem e construindo experiências que revolucionam relações de consumo.
“A tendência é que o mercado adote cada vez mais esse modelo. De acordo com a maioria das projeções, o conversational commerce está pronto para um crescimento significativo. Estimamos que até 2022, 70% das interações com o cliente devem envolver tecnologias emergentes, como apps de aprendizado de máquina (ML), chatbots e mensagens móveis. Por isso, apostamos nessa tecnologia e nas soluções que ela oferece”, explica Daniela Evangelista, Diretor Tech da Mundiale.
8. Educação
A Provi, fintech de crédito estudantil, aposta nos infoprodutos como uma tendência para o mercado de educação. Além de proporcionarem um meio de aprender mais prático, sem sair de casa, os infoprodutos são também mais baratos e adaptáveis à realidade de cada estudante. Para a Provi, garantir que mais de 140 mil brasileiros tenham acesso à educação graças ao seu financiamento é uma forma de democratização da educação.
“Nós permitimos que milhares de estudantes consigam estudar sem se preocupar com o custo disso nesse período. Os infoprodutores participam efetivamente nesse processo de facilitação da educação e procuram por empresas como a Provi que facilitam ainda mais a vida dos que procuram por um futuro melhor. Com certeza, os infoprodutos já fazem parte da rotina do brasileiro a tendência é que ocupem cada vez mais espaço”, explica Fernando Franco, co-CEO da Provi.
9. Govtechs
As GovTechs são startups que tem como propósito gerar inovação para a gestão pública e auxiliar na economia de recursos públicos através de soluções tecnológicas.
É isso que propõe o Aprova Digital, sistema inteligente que torna digital processos custosos e demorados das prefeituras do Brasil. Para Marco Zanatta, CEO da empresa, a tendência é que os municípios adotem cada vez mais esse modelo tecnológico.
“Estamos vivendo a era da inovação e da tecnologia. As prefeituras precisam se adaptar e fazer parte desse momento também. Além de mais fácil, rápido e econômico, o Aprova Digital promove a economia de toneladas de papel, o que é mais uma necessidade que temos. O futuro é digital e as prefeituras também”.
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